Marli Moreira e Daniel Mello – Repórteres da Agência Brasil
O Lucro Líquido Ajustado do Banco do Brasil atingiu R$ 2,515 bilhões no primeiro trimestre deste ano, volume que representa crescimento de 95,6% sobre igual período do ano passado. Em 12 meses, o lucro líquido por ação foi de R$ 0,86, ficando 43,9% acima do registrado no quarto trimestre de 2016. A remuneração aos acionistas alcançou R$ 710,3 milhões. Já o lucro líquido contábil aumentou 3,6% sobre o primeiro trimestre do ano passado com R$ 2,443 bilhões.
A margem financeira bruta apresentou elevação de 1,4% na comparação com igual trimestre de 2016 e somou R$ 14,5 bilhões.
A captação proveniente de tarifas cresceu 12,3% nos últimos 12 meses ao atingir R$ 6,117 bilhões com destaque para a evolução das rendas de tarifas de administração de fundos (29,3%) e de contas correntes (11,3%).
Também houve queda de 10,3% no momento provisionado pelo banco para as liquidações duvidosas de devedores em relação ao trimestre passado e um recuo de 26,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2016, totalizando R$ 6,713 bilhões.
Quanto às despesas administrativas, o banco informou que elas recuaram 9,8% após um rígido controle de gastos e da reorganização institucional, medida que vem sendo desenvolvida desde novembro do ano passado. Só com as despesas com pessoal, o montante de gastos diminuiu 10,2%.
Empréstimo rural
O volume de crédito dirigido ao setor rural aumentou 5,7% em 12 meses, totalizando R$ 152,2 bilhões. No mesmo período, as operações de custeio cresceram 8,9%. A participação do Banco do Brasil neste segmento manteve-se na liderança com 58,4% do volume movimentado no mercado.
Em relação ao crédito concedido a pessoas físicas, o saldo é de R$ 172,1 bilhões com alta de 1,8% sobre igual trimestre do ano passado. No segmento de financiamento de imóveis, a carteira cresceu 6,6% em 12 meses com saldo de R$ 53,7 bilhões.
Inadimplência
O índice de inadimplência do banco teve alta de 0,19 ponto percentual, ficando em 3,89% em março, ante 3,7% em dezembro de 2016. O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, ressaltou, no entanto, que o processo de recuperação judicial de uma grande empresa devedora influenciou significativamente o volume de dívidas não pagas. No sistema financeiro nacional, o nível de débitos com mais de 90 dias de atraso é de 3,8%.
Para Caffarelli, o percentual de inadimplência deve indicar uma queda no próximo balanço. “Nós devemos entrar em um processo de estabilidade da carteira, isso passa a acontecer já no segundo trimestre, mas passa a realçar no segundo semestre”, ressaltou.
Segundo ele, é preciso levar em consideração a profundidade da crise econômica. “Essa crise é muito diferente das crises que tivemos no passado. Essa retomada não vai acontecer na velocidade que aconteceu em 2010, vai acontecer de uma forma mais adequada a um processo sustentável”, disse.
Edição: Kleber Sampaio